19 de dez. de 2011

Dos três mal amados

                Ele se cansou. Na verdade não foi bem isso, só estava um pouco entediado, sozinho, carente, quebrado e bem decepcionado. Não com alguém, decepcionado consigo.
                Por algum motivo naquela noite, sonhou algo que viveu enquanto criança, os sonhos que tinha e a vida que queria levar. Acordou. Percebeu que a cama vazia, a vida sem rumo, a bebida, cigarros e as mulheres não era ele, aquilo era tudo o que ele nunca quis.
                É como se a vida não fosse o suficiente, ele não sabe ao certo quando se perdeu, suspeita que tenha sido na primeira namorada, ou na primeira foda. Olhou o relógio, não passava das seis, ele dormiu por duas horas. Duas horas foi o tempo necessário para fazer com que ele quisesse as coisas diferentes.
                Assim o fez, lavou o rosto, desligou o som, fez a barba e passou a maquina no cabelo. Procurou um novo emprego, quis retomar os sonhos da infância, talvez não estivesse tudo perdido, ainda havia esperança, pode ser afinal que ele se torne um homem melhor.  
                Mesmo que a esperança não viva mais como um dia viveu.

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