A
semana tinha sido quente, quente como inferno só que sem as mulheres promíscuas
e o álcool grátis. O final de semana foi frio, tão frio quanto a primeira
namorada.
A
coisa foi séria.
O
corpo dele pedia ajuda, a boca latejava, parecia um trabalho impossível para os
olhos se manterem abertos e funcionando, os joelhos rangiam e o machucado da
mão demorava mais que o normal para cicatrizar.
Como
se tudo isso não fosse o bastante, a vodka subiu de preço, as
mulheres não olhavam para ele, a cerveja nunca estava na temperatura ideal e
sua voz andava rouca. Em casa o gás acabou, o chuveiro queimou e a maquina de
lavar pegou fogo levando junto suas melhores camisas.
Tudo
aquilo apertou o coração, mas de sua boca só se ouviu uma frase. Uma única oração
naquele domingo de vento gelado, solitário, naquela pequena grande quitinete:
Deus! O senhor está por aí? Aqui sou eu Felipe Eduardo...
E
foi a ultima vez que se sentiu desesperado o bastante para acreditar que tal
coisa funcionaria.