A
gente faz tanta coisa. Fazemos hora na fila do meio dia, alguns almoçam outros
se coçam, antigamente as crianças tomavam, até, banho de bacia. A gente saía e sentava na porta,
conversava com o vizinho e dizia bom dia. Nos finais de semana, na calçada, a
gente lavava a roupa suja e bebia chimarrão olhando as crianças correndo na rua.
Tinha
arvores e grama, nem sempre estavam verdes e às vezes floriam.
A
gente esperava que chegassem do serviço com suas botinas enlameadas e o cheiro
de cigarro e café, a garrafa de água embaixo de um dos braços e a jaqueta cinza
no outro. Aí a gente esperava até que tomassem banho e jantassem pra poder
conversar, e rir, e tocar violão.
Falávamos
da Fia que amava o João, do Carlos casado com a Maria e da viúva Marlene com
seus filhos, aí nos despedíamos e íamos dormir enrolado na colcha de retalho
esperando o outro dia.
E
outro dia vinha, as coisas iam mudando e a gente nem desconfiava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário