6 de mar. de 2012

Até que a morte os separe


                Pois bem. A noite estava quente, quase insuportável – como todas as noites de verão em Goiás – Acho que eu vestia uma camisa preta justa, jeans surrados e minhas botas negras e engraxadas. Tocaram aquelas músicas clichês, com instrumentos toscos.
                A marcha nupcial, se não me engano, saiu de um saxofone. A noiva estava linda, emocionada e sua família parecia explodir por toda aquela transformação. Finalmente o patinho feio virou um cisne.
                Eu particularmente gosto de casamentos.
                É o tipo de ocasião onde as mulheres estão sensíveis e mais propensas a acreditar que isso é possível para todas. Bom, não é!
                Me aproveito disso. Gosto de dizer que sonho em ter três filhos, uma cerca branca, um cachorro e uma chácara para passar os fins de semana, sempre dá certo. As vezes inovo e tento contos novos.
                A estória que invento não interessa muito, a trepada que sai dela sim.
                O que sinto realmente vontade de fazer naquele período durante a cerimônia é entrar correndo, segurar a noiva e gritar para o babaca no altar: “Corre Forrest, corre. Salva a sua vida enquanto há tempo, ela vai engordar e te culpar por isso, o sexo pode ainda ser bom, mas aquela sua mania de comer na sala com os pés na mesinha tem que acabar... Corre pela sua vida rapaz!”
                Mas eu não faço. Deveria me sentir mal por me manter distante enquanto pessoas queridas, ou não, investem tanto em uma instituição falida.
                É verão e a maioria têm o costume de fazer loucuras, só espero que o tempo seco de agosto não chegue até aqueles corações recém unidos.

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