8 de mai. de 2012

Inv(f)erno

                A vida deveria ter mais desses começos promissores. Como quando ela diz que vem e aí eu vou buscá-la na rodoviária ou ela chega um pouco mais cedo e toca o interfone meio sem graça. Sobe a escada um pouco tímida e deixa a mala ao lado da minha cama.
               Começos, como quando ela tira o sapato, solta o cabelo – que fica lindo preso daquele jeito dela – e vem para o balcão beber um copo de água ou me acompanhar na cerveja gelada enquanto faço algo pra comer.
                Desses começos que a gente não sabe o que esperar. Ela quer ir ao centro e eu quero ir à vagina e mesmo assim, com toda essa diversidade de vontades, há um entendimento e o começo vai se tornando meio.
                Não que o meio não tenha seu charme e o fim não tenha sua bela melancolia.
                É só que hoje eu senti falta do começo.

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