A
vida deveria ter mais desses começos promissores. Como quando ela diz que vem e
aí eu vou buscá-la na rodoviária ou ela chega um pouco mais cedo e toca o
interfone meio sem graça. Sobe a escada um pouco tímida e deixa a mala ao lado
da minha cama.
Começos, como quando ela tira o
sapato, solta o cabelo – que fica lindo preso daquele jeito dela – e vem para o
balcão beber um copo de água ou me acompanhar na cerveja gelada enquanto faço
algo pra comer.
Desses
começos que a gente não sabe o que esperar. Ela quer ir ao centro e eu quero ir
à vagina e mesmo assim, com toda essa diversidade de vontades, há um
entendimento e o começo vai se tornando meio.
Não
que o meio não tenha seu charme e o fim não tenha sua bela melancolia.
É
só que hoje eu senti falta do começo.
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