- Quantas horas?
- 4 e meia.
A humanidade fede. Eu tenho, quase, por certo que aquilo era um homem. Um homem que quer ser bonito, um homem que
quer ser mulher, mas as pessoas fedem.
Meu cheiro é de cachaça e buceta
barata, não era pra ser diferente. Não quero que seja diferente.
Por entre putas viciadas e mendigos
simpáticos eu vou cambaleando, deixo cair meu sangue. Por duas horas eu fui livre, duas horas. O
dinheiro acabou a bebida acabou e o amor acabou.
Eu deveria me perguntar, e agora José? Mas meu nome não é José.
Eu deveria me perguntar, e agora José? Mas meu nome não é José.
Deveria pedir um taxi, escorar em um
banco, tirar um cochilo e quem sabe escrever um livro, mas as pernas balançam,
o coração palpita, a vista treme e a memória? Bom, ela não é assim tão
confiável.
Da noite de hoje eu tenho certeza da
puta barata, o cara das horas e o cheiro da humanidade. Talvez meus calos
amanhã me lembrem de alguns quilômetros andados, talvez não.
A humanidade fede, mas meu cheiro
hoje é só de cigarros, buceta e álcool, menos mal.
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