9 de jan. de 2011

Nobody’s fault but mine

            “Você é estranho”, “as pessoas tem medo de você”, “você é doente”, mais um dia, as mesmas palavras vindas de pessoas que são simplesmente iguais as outras, monótonas, entediantes, meu gin tem um léxico gramatical mais extenso que elas. Minhas músicas e algumas estrelas, que consigo ver da janela do quarto são mais interessantes. Será mesmo que o sexo com elas é assim tão bom quanto parece? Já que putas fazem o mesmo trabalho, e eu não preciso manter contato.
            Garotas legais não deveriam se envolver comigo, elas não merecem passar pelo que passam com caras como eu, nós somos raros, mas isso não quer dizer que somos especiais. Temos um estilo de vida e um gosto diferente do habitual, nos jogamos o tempo todo e no final todos perdem.
            Ela era uma garota legal, dizia que a cortina deixava meu quarto azul e azul era sua cor favorita, ela gostava da minha cama e das sensações que eu causava nela. Era bonitinha mas muito insegura, reclamava da falta de atenção e que não gostava que eu levasse o café pós-sexo com as chaves do carro dela.
            Tinha uma boca linda e sabia alguns truques, era relativamente inteligente e mantinha algumas tatuagens legais e uns piercings, estrategicamente localizados, mas meu gin ainda era mais atraente que ela no final da noite.
            Durou o suficiente pra que ela conseguisse transformar o que sentia por mim em raiva ou frustração, não sei direito, tentou jogar o carro pra cima de mim algumas vezes na rua, quando nos esbarrávamos pela madrugada enquanto eu voltava a pé pra casa, por sorte ou acaso ela nunca conseguiu.
            Queria poder dizer que sinto falta daquela boca.

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