30 de jul. de 2011

It ends tonight

Os sinos das igrejas anunciavam pouco mais de seis horas, já estava escuro e frio. Gelado também o coração dele. Ela então tocou o interfone, ele mandou subir. Já estava decidido, teve tempo pra pensar, bocas a beijar e corpos pra conhecer. Pegou uma cerveja.

Bateram na porta, era ela. Com um sorriso lindo nos lábios e hoje mais do que nunca ela estava bela. Radiante pelo reencontro, já contava quase um mês que não se viam. Ele foi implacável.

Cruel e impiedoso.

Palavras e características que pareciam feitas pra ele –pelo menos naquele momento. Ela não merecia tamanho desprezo por um erro tão pequeno.

Gostar demais dele.

Em questão de minutos seu riso se transformou em melancolia, seu amor em desespero. Os olhos -que antes brilhavam- ganharam uma coloração vermelha, no peito um aperto. Ouviu calada. Era como se estivesse em estado de choque.

Existem poucas coisas tão lindas quanto uma mulher ferida.

Deu um ultimo abraço e saiu em passos largos, cabeça baixa e o rosto um pouco molhado. Ele ficou na janela do seu quarto no terceiro andar, fumando seu cigarro, a ver mais uma chance de vida normal dobrar a esquina e sair do seu mundo.

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