13 de nov. de 2011

Big empty

As vezes ele se pegava perguntando se essa parte ainda vivia nele, essa parte boa que todas as mulheres que passaram e passam por sua vida afirmavam e afirmam existir. Será que ela, se é que algum dia existiu, não estaria agora morta?

Não a culparia por se entregar, ninguém pode julgá-la, o mundo em seu lugar teria desistido mais cedo, por menos. Ela, se algum dia existiu, agüentou tempo demais.

Ele pensa, e com razão, que todas essas pessoas não sabem diferenciar algo vivo de algo em putrefação, a movimentação que teimam em ver nessa famigerada parte boa não passa de vermes, com o tempo isso também há de sumir.

A alma de Doryan não consegue ser tão apavorante quanto a cena que ele encara ao pensar em si.

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