27 de dez. de 2011

Oh, sweet Mary

                A casa não era das melhores, um pouco de mofo na parede, escritas com tinta preta em linhas tortas.
                “É como se Deus tivesse escrito essa merda” Pensava ele.
                Caminhou até o balcão improvisado, a velha senhora de bigode e barba mal feita se vira rapidamente, e, lentamente retira a cerveja quente da geladeira azul enferrujada. Com toda a classe que seus pelos na orelha lhe permitiam ter, pegou um copo americano ensebado e entregou ao rapaz de semblante cansado e pele pálida.
                “Daqui a pouco as menina tão vindo... É que agora era hora do descanso e elas tava barrendo o terreiro” Disse a senhora do sorriso amarelado.
                Escorado naquela mesa de sinuca fodida esperava por mais uma mulher ferrada enquanto o radio a pilha que estava ao lado de um uísque barato na prateleira de cima, tocava algum bolero antigo. Dessa vez era diferente, era a segunda vez que voltava e pagava a hora apenas pra saber dela.
                Aquela menina realmente bagunçou a cabeça desse rapaz. Se ao menos tivesse sido a primeira ou segunda. Se ao menos ela se cuidasse e procurasse estudar.
                Mas a vida é assim, cruel como uma jovem prostituta e impiedosa como uma cafetina ao encontrar garotinhas abusadas por entre as linhas tortas do mundo.

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