- Eita!
Gritou
o velho senhor, que estava próximo a pia, de cabelos brancos que batiam nos
ombros e uma camisa branca listrada com os três primeiros botões abertos que deixava a mostra sua cruz na corrente de ouro e alguns tufos de pêlo de peito. Ele balançando o braço para cima
e para baixo de um jeito que chamava a atenção para os seus anéis brilhantes e
a corrente de prata no pulso, continuou:
- Tá
entre as melhor coisa da vida.
Eu
achando estranha toda aquela conversa à Duchamp em plena madrugada, sentindo o
frio de Araxá e a dor nos joelhos, que só uma longa viajem de Gontijo pode
proporcionar, me rendi a curiosidade e lancei um:
- Como
é?!
E
prontamente aquela figura caricata respondeu:
- É
uai; mijá peidano, cagá mijano e trepá beijano. As três melhor coisa da vida.
Seguiu
fechando o zíper e escarrando no mictório, para encerrar o ritual noturno. Virou
as costas e saiu mostrando os dentes amarelados do cigarro porta a fora enquanto
eu me livrava do restoio de urina e pensava olhando para baixo:
“Taí um
bom ponto, senhor”
Nenhum comentário:
Postar um comentário