Bom,
às vezes a idade não significa muita coisa. Essa menina, por exemplo, era três
anos mais nova que ele e obedecia os padrões Disney de moda, mas tinha um
prazer imenso em ler, ouvir Beatles e gostava principalmente de provocar.
Provocava.
Mesmo
que não de maneira direta ou intencional, mas provocava. Com aqueles grandes
olhos escuros e as boas piscadas quando te olhava diretamente. Provocava pela aparência
desenvolvida e o riso de menina que fazia o corpo de mulher tremer.
Com
belos seios, um pescoço de fazer qualquer ser consciente desejar um pedaço na
boca a qualquer hora do dia ou noite, lábios carnudos e um jeitinho carinhoso
meio bruta, assim como todo bom goiano.
Provocava
por saber onde tocar e o que falar, provocava pelo riso sacana de quando puxava
o pobre rapaz para o banheiro de algum lugar e beijava a boca com a vontade de
quem bebe água em uma tarde de verão quente e seca.
Provocava
por não estar sempre presente e ter a manha de deixar na mente a vontade, ela
sabia onde pisar e até quando era o momento certo de ficar brava.
Aquela
era uma boa garota...
E,
por mais que tenham tomado rumos distintos, ele ainda se sente provocado quando
num domingo preguiçoso olha para cama e vê alguém vestindo alguma de suas camisetas
surradas de uma banda pouco conhecida deixando a mostra à voltinha da bunda, os
pezinhos balançando, o cabelo preso, óculos com modelo meio estranho e a lente
com grau um pouco mais alto lendo algum livro iraniano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário