Funciona
assim: nasce alguém.
Alguém legal,
com ideias bacanas... Tipo o Ernesto Guevara, Jesus ou só um escritor de quadrinhos
com ideias bacaninhas. Aí... Criamos um símbolo, pode ser uma foto, uma cruz,
uma máscara, e vendemos. Antes de vender a gente muda o nome, coloca algo como
Cristo, Che, Fawkes. Puro marketing.
Mas
não é simplesmente vender.
Ninguém
quer esse tipo de suvenir. As pessoas querem a ideia. A gente não vende o
martelo, porque martelo é pra trabalhar, vendemos o martelo e a foice com um
fundo vermelho. A ideia vende mais.
As
pessoas são preguiçosas, porcas e idiotas. Elas vão comprar aquela ideia e
depois de terem pagado um valor qualquer, vão fazer o que bem entender. Vão
culpar quem vende. É fácil culpar quem vende.
Ninguém
se culpa pela merda.
É
assim.
Daí, vão
reclamar, porque compraram a ideia, mudaram a ideia e ela se tornou algo maior,
foi agregada a grande merda pulsante na terra. Vão fazer camisetas, bonés, vão
usar a ideia comprada como base para grupos.
Vão
te fazer engolir que o vermelho é bom se você for do povo e o azul é bom se
você for rico.
Mas
não existem ricos, não existe povo. Existem pessoas. Medíocres seres vivos que
compram ideias e modificam, por pura preguiça de pensar e medo de assumir que
só quer o melhor para si, e não para o grupo.
Esses
seres vão vivendo e se juntando com outros compradores da mesma ideia e vão
discutir qual a melhor adaptação, ninguém quer a ideia como ela é. Vão variar a
primeira ideia, aquela boa e legal, vão te dizer que a variação é melhor e
verdadeira.
“Você
interpretou errado, filho”
E
vão te converter e fazer das tripas coração, para que você, um novo ser com
todo potencial a não mediocridade se converta a merda, pulse no mesmo tempo ou
contratempo da maioria. E ninguém liga para o cara que pensou primeiro. Não é
importante, a gente acredita nesse comprador, e daí que ele usa uma frase do
bob esponja no final do livro... Todo mundo de vermelho agindo igual bebê na
terra vermelha, é mais legal que todo mundo de azul com seus cachimbos
carregados de fumo indiano e pantufas de camurça em Higienópolis.
Porque
no final das contas, o mundo é preto ou branco.
Por
mais que eu queira pensar que ele, na verdade, é feito em tons de cinza.
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