Naquela
sexta feira entediante, deitado na cama a noite, olhando as sombras no teto,
ouvindo Bach ou Tchaikovsky, você deseja algo. Alias, você eu não sei, mas eu
desejo uma chupada e um belo par de seios, para me esfregar, ou um tiro na
testa.
De
um dia chato desses, é isso que se tira.
Não
deveriam existir dias assim. Dias onde a coisa mais emocionante é alimentar
ratos e descobrir uma estação com música clássica.
Os
carros com seus faróis em minha janela, o calor com seus mosquitos e a brisa
fresca com seu bafo gelado nunca vão suspeitar do meu tédio.
A
noite corre monótona, em passos largos e lentos. Um minuto se transforma em
horas. E os carros, a brisa, o calor, os ratos, Bach, mosquitos, Tchaikovsky,
as sombras e o rádio jamais saberão ou vão suspeitar que vivi dez anos em um
dia. Dez longos, e chatos, anos entre uma cerveja e uma cagada.
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