2 de set. de 2012

Muito rápido para o amor

                Vinha rápido, acima do limite permitido. “Ainda dá tempo”. Bom... Não deu, o sinal fechou. Ao lado parou alguém num modelo de carro parecido só que branco, vidros negros e Velhas Virgens no som.
                Deu sinal e assim que ficou verde saíram a cantar pneus, no carro preto Crüe fazia a trilha, no branco, agora, AC/DC. No segundo sinal fechado o vidro negro abaixa, o rapaz do carro preto rindo da situação se depara com belos olhos orientais e um sorriso safado na boca da deliciosa mulher do carro branco. Verde.
                Dessa vez não correram, brincaram de ficar na traseira um do outro oscilando entre farol alto e baixo nos retrovisores.
                A dança durou o tempo necessário.
                Pararam em um grande espaço aberto fora da cidade e bem a beira da estrada, ali a dança mudou.
                O que ditava o ritmo era o tesão e Motörhead.
                As unhas negras da mulher nas costas do rapaz, beijos ardentes e mordidas sem dó.
                Nunca mais se viram e nem sabem o nome um do outro, mas sentem um calor estranho quando se lembram de tudo e das marcas que ficaram nos carros.

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