25 de out. de 2011

Subtract one love

“Oi, como é que você está? Passou bem o dia? E a faculdade, tá melhor agora?”

Eu passei horas, ensaiando isso. Com a guitarra em meus braços e encarando o telefone fiquei querendo ouvir aquele toque, o que coloquei pra você, se por acaso algum dia me ligasse. É claro que você não sabe disso, não sabe da vontade que tenho de deitar ao seu lado com a sua cabeça em meu peito e te ouvir falar por horas, entre beijos e cafunés, goles de cerveja e tragos de cigarro. Mesmo que sejam reclamações, da fumaça que cheira mal, daquela garota da sua sala que é uma vaca, das cólicas e como elas são cruéis com você.

Acho que você nunca vai saber, sou ruim com telefones - Acho que já te disse isso. A verdade é que estou ficando velho, velho demais pra essas coisas de festas e baladas então raramente nos encontraremos. Acredito que esta seja mais uma das coisas que escrevi pra você e que nunca vai ler, mas eu me lembro do seu cheiro, era bom, me fazia querer ficar, deixar Goiás de lado, te fazer dormir algum tempo e ficar ali, com o que me restava de uísque, os dois cigarros no maço e meu blues.

Não sei se mudou algo pra você, mas fez alguma diferença te ver fechar a porta e entrar.

De verdade, você tem belos olhos, não a cor, eu digo o formato, combina com você. Não que a cor não combinasse, é que não gosto de olho claro, mas em você ficou bem não me leve a mal.

Acho que já começo a sentir os efeitos do álcool, estava limpo a duas semanas. A culpa não é sua, é culpa do que sinto por você. Paixões são mais complexas no inicio só espero que meu pulmão e fígado sobrevivam a mais uma temporada de sentimentos não correspondidos.

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