O
que eu fiz... Acendi um cigarro, desses que se compra picado.
“Cinquenta
centavos o de filtro vermelho. É o mais barato”
A
dois reais a dose de cachaça o que mais eu deveria querer?
Uma
puta!
Dessas
que me olham nos olhos e dizem: é cento e cinquenta completo. Eu respondo
“Broto, você tem a manha” e ela retruca: Essa noite, pra você, é 50.
Como
não cair embriagado de amor e cachaça nos seios fartos de mais uma loira de
pentelhos pretos e alma de artista? Mancho, assim, cada vez mais minha alma e
marcho alguns quilômetros, a mais, pro inferno.
Mas
essa noite não tinha disso.
Era
sóbria, a noite não eu. A lua era nova, não a mesma de ontem e talvez só um
pouco parecida com a de amanhã.
Algumas
doses mais tarde, algumas cervejas na conta, o bar encheu. Como minhas células
se enchem de paixão, meu pau de tesão e a cabeça de merda.
A
gente já se conhecia.
Eu
não lembrava seu nome, mas lembrava do sorriso e o incrível dom de me fazer
ficar igual idiota. Tentei me aproximar, ela não parecia muito impressionada.
Algumas palavras trocadas, algumas risadas sem graça e não, não era minha noite
de sorte.
Mais
um cigarro, mais uma cerveja, outra mulher e mais uma dose.
Acho
que foi no meio de uma música do Strokes que tive mais vontade de beija-la, não
beijei. Ela me travou. A noite acabou como todas. Uma leve ressaca, pigarro e o
maldito se, que me atormentava como sempre.
Não
sei. Talvez. Quem sabe.
E
tudo que eu tinha era um bom pressentimento com relação a ela.
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