8 de set. de 2012

Some Kind of blue

                Nós passamos a noite como de costume, dessa vez no meu carro. Se eu disser que não preferia que ela tivesse aberto suas feridas e sido sincera pelo menos uma vez durante toda nossa relação bagunçada, estaria mentindo.
                Apesar de já saber o que ela dizia, era bom não ter que contar com minhas, incríveis, habilidades de dedução pra conhecer um pouco mais sobre minha lua.
                Nessa cidade ela era a única coisa que me confortava.
                Mesmo estando com outra pessoa, mesmo que essa pessoa não passasse a noite como nós sempre fazíamos, mesmo que existam milhares de variáveis mais felizes e diferentes dessa de agora, aquela ainda foi uma noite boa.
                Não gosto muito dessas coisas de julgamento de valor.
                Mas é que o cheiro dela é bom.
                A madrugada chegou, chegamos até sua casa e eu me despedi. Não queria pensar sobre isso, não queria ter os insights que tive. Tudo ficou mais claro, e, claro que mais triste.
                Talvez se eu não fosse fã de Mile e ele não tocasse enquanto eu guiava aquele sedan preto pra casa às 5 da manhã, não sentisse essa dor no fundo do estomago. Porque é lá, no fundo do estomago, que fica a alma.

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