Nós
passamos a noite como de costume, dessa vez no meu carro. Se eu disser que não
preferia que ela tivesse aberto suas feridas e sido sincera pelo menos uma vez
durante toda nossa relação bagunçada, estaria mentindo.
Apesar
de já saber o que ela dizia, era bom não ter que contar com minhas, incríveis,
habilidades de dedução pra conhecer um pouco mais sobre minha lua.
Nessa
cidade ela era a única coisa que me confortava.
Mesmo
estando com outra pessoa, mesmo que essa pessoa não passasse a noite como nós
sempre fazíamos, mesmo que existam milhares de variáveis mais felizes e
diferentes dessa de agora, aquela ainda foi uma noite boa.
Não
gosto muito dessas coisas de julgamento de valor.
Mas
é que o cheiro dela é bom.
A
madrugada chegou, chegamos até sua casa e eu me despedi. Não queria pensar
sobre isso, não queria ter os insights que tive. Tudo ficou mais claro, e,
claro que mais triste.
Talvez
se eu não fosse fã de Mile e ele não tocasse enquanto eu guiava aquele sedan
preto pra casa às 5 da manhã, não sentisse essa dor no fundo do estomago.
Porque é lá, no fundo do estomago, que fica a alma.
Lindo texto.
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