26 de jan. de 2013

Bom dia Margarida



                Eu poderia dizer que era casa e era jardim, mas na verdade eram apartamentos e os olhares não aconteciam nas varandas.
                Era tudo muito novo.
                Era tudo muito simples. Veja bem Margarida, pode ser que amanhã eu tenha partido e encontre minha cidade prometida, ou você, quem sabe, volte a coçar suas feridas. Quem garante, também, que eu não tenha minhas próprias a cutucar antes de arrumar um meio de vida pra você, realmente, gostar de mim.
                Margarida, a gasolina já subiu o preço e as flores vão sempre brotar.
                Veja meu bem, pode ser que eu tenha de partir e quem sabe não acho a minha cidade garantida e um meio nessa amarga vida. Eu sei que você não gosta quando te beijo com gosto de suor na boca.
                Mas veja bem, se eu estiver na cidade proibida e arranjar um meio nessa amarga vida, Margarida, não há gosto de suor que te afaste, ou feridas que não nos aproxime, pode até o arco-íris mudar de cor e você me preferir com um gosto de sabão na boca, quem sabe eu não esqueço o seu endereço e começamos o fim.
                Veja meu bem, pode ser que eu arranje meio de vida pra você gostar de mim.

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