Eu
me pergunto como podemos ser, as vezes, tão cegos.
Dessa
vez - acho - que foi o inconsciente. Ela entrou em contato. Ligou primeiro e
disse que precisava falar algo sério “No bar de sempre, às 11”. Ele ainda meio
paralisado não disse nada e ao sinal da insistência dela soltou um breve e
quase inaudível: “aham”.
Aquilo
revirou suas entranhas, martelava sua cabeça e zumbia, como abelhas,
marimbondos, qualquer coisa peçonhenta com pequenas asas e muita velocidade.
Até a mastigação do irmão mais novo na mesa da lanchonete tomava proporções
supersônicas. Não terminou o whopper, até porque depois da segunda mordida o
que ficou furioso foi o seu estômago.
Acessou
o e-mail e estava lá: “Leve impresso e assinado”.
Esse
tanto de atitude, vindo dela, incomodava.
Na
barriga era como se a revolução francesa tivesse agora sido enraizada na mente de
suas lombrigas: “Prise de La Bastille, mes amours!” e brigavam. Não se sabia se
a front era nas têmporas ou na bacia. As borboletas, há muito já foram
abatidas, o que restava ali era um asco.
Mal
chegou em casa e correu até a porcelana. Batizou-a como melhor amiga e fiel
companheira, pelo menos por aquele dia e aquela noite.
Sentiu-se
aliviado por não ter podido ir ao encontro. Ligou meia hora antes, da privada
mesmo, entre uma merda e um arroto de azia, dispensava suavemente a nada pobre,
e, até um pouco insensata, garota.
No
outro dia levantou novo em folha. Nada de ir atrás e tratou logo de jogar o dia
anterior no esquecimento, lá naquele compartimento para dias estranhos que
todos temos na mente. Comeu duas frutas no café, tomou uma xícara de chá e no
almoço comeu um pedaço de carne além do normal.
Nega
confiante, o que se passou com seu corpo foi uma reação ao café do shopping.
Ela não teve nada com isso, afinal: “até parece que homens são afetados por
mulheres, pff!”
O seu blog é mais pessoal do que podemos imaginar! E.. você é um frouxo.. Mas tudo bem.. ainda curto suas belas pernas :)
ResponderExcluirProvavelmente eu seja mesmo... E o blog não é assim tão pessoal.
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