Pois
bem, não vivi na época em que lutavam para libertar os escravos, mas acredito
que não deveria ser ruim para eles. Negros tinham comida, água, trabalho e
casa. Não precisavam de mais nada. Mesmo assim os libertaram. Eu não pude
reclamar, não vivi naquela época.
Aí
vieram as mulheres.
Ideias
revolucionárias, ideal de liberdade, direito ao voto. Absurdo! Mas eu também
não vivi nessa época. Eu vivo na época em que querem tirar meu direito de
estupro, não se pode mais, nem sequer, educar a própria esposa com sopapos bem
servidos na jugular.
É
como dizem por aí: “Desgraça pouca é bobagem”.
Agora
me enchem o saco, também, por conta dos gays. Querem que eles tenham os mesmos
direitos que eu, cidadão de bem, que pago meus impostos e aceito os negros que
compram no mesmo mercado que eu. Querem dar aos gays leis que os protejam e
garantam aquilo que eu tenho. Mas me recuso a aceitar. Isso é uma afronta.
Se
conseguirem isto, eu pergunto: Que desculpa vou usar?
O
que eu vou dizer pro Carlão, meu sócio, quando ele me pedir pra largar minha
família por ele? Como eu digo pra minha esposa que se bato nela é porque ela
não se parece com ele? Como eu digo pra minha família, que, finalmente tenho
minha chance de ser feliz?
Não!
É
contra a moral e os bons costumes, eu vou lutar pelo meu direito. Não quero que
meu filho gay possa ser feliz. Quero ele casado e com filhos, assim como eu,
claro, eu quero netos. Eu vou lutar pelo que é certo, nem que pra isso eu tenha
que me apoiar em um livro com mais de dois mil anos e uma doutrina extremamente
duvidosa.
Nós,
pessoas de bem, devemos nos unir. Essa é a hora. Olha que ainda nem vou
comentar sobre as domésticas e os índios. Até porque eu não sei se quero viver
em um país que respeita selvagens. Um lugar onde pobre, negro, doméstica, gays
e mulheres tenham os mesmos direitos que eu, homem de bem.
Pensem
sobre isso.
Desde
já grato pela atenção. Carinhosamente, Marquinhos Felicitando.
Ótimo!!
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