Acho
redundância dizer que o blues é triste. Até porque, “blue” na língua inglesa
pode significar tristeza. É um estilo sentido. Talvez seja impossível dizer: Não! A técnica. Ela só não é a protagonista.
Tenho
uma queda imensa por ele, assim como tenho por mulheres de olhos distantes. As
de olhar vivo, também, chamam atenção, mas o olhar distante é mais forte. Sem
utilizar dos recursos brutos, toma toda atenção dos observadores inquietos. Eu
sou inquieto.
Eles
nunca se aproximam. Nunca.
Meus
olhos já foram chamados de distante, mas eu não sou mulher e é bem possível que
fosse, naquele dia em questão, apenas uma ressaca mais forte. O blues se
desenvolve com o sentimento, o sentimento e os olhos distantes me envolvem.
Eventualmente
a música acaba. Os olhos se vão, e, fica a saudade.
Não
que eu goste da palavra saudade. Ela só tem se mostrado frequente. A falta dos
vazios e distantes olhos deixa um vácuo frio e inquietante. Pode ser, no final
das contas, que eu não seja inquieto. É só uma falta chata. Daquelas que aperta
o peito, que tira o sono alguns minutos, ou noites, talvez eu não seja
inquieto.
Quando
os olhos se vão, a música para, sobra um blues ao fundo. Porque blues, pra mim,
não é música, é só uma representação audível do que se sente.
É
confortante saber que não sou o único, e, que ela não detém os últimos pares de
olhos distantes na terra.
Enquanto
olhos distantes não tomam de assalto à atenção e fazem crescer o blues, olhos
vivos mostram um possível caminho. Mesmo que não tão atraente, porque dos olhos
vivos se tem paz e dos olhos distantes o caos.
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