4 de set. de 2013

18 anos, senhor!



                Já servi o exército. Não por amor a pátria, foi mais amor à liberdade. É que aqui, por herança de uns presidentes autoritários, todos os homens são obrigados a, pelo menos, se apresentar na maravilhosa instituição, a força armada brasileira.
                Bom... Fui parar em uma cidade no interior de Goiás. Para quem só ouviu falar, Goiás é o equivalente ao Texas, só que no Brasil. Ipameri não tinha mais que dez mil pessoas e mesmo assim conheci uma das mulheres mais loucas que já esbarrei na minha curta vida.
                Ela não gostava de nada que representasse a lei, me conheceu em um dia de folga. Usávamos narcóticos na parte de trás de um bar, ela pediu um trago.
                Na cama, entre mordidas e arranhados, vivia me dizendo coisas,  “me fala como você faz esse truque? Esse com a boca. O que eu grito, aí minhas pernas ficam moles e dá vontade de rir”. Eu prometi que mostraria se fugisse comigo. Pensava em desertar.
                Não foi necessário. Dois meses depois me liberaram e ela, acabou engravidando de um trapezista.
                Acho que estava apaixonado.

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