Já
servi o exército. Não por amor a pátria, foi mais amor à liberdade. É que aqui,
por herança de uns presidentes autoritários, todos os homens são obrigados a,
pelo menos, se apresentar na maravilhosa instituição, a força armada
brasileira.
Bom...
Fui parar em uma cidade no interior de Goiás. Para quem só ouviu falar, Goiás é
o equivalente ao Texas, só que no Brasil. Ipameri não tinha mais que dez mil
pessoas e mesmo assim conheci uma das mulheres mais loucas que já esbarrei na
minha curta vida.
Ela
não gostava de nada que representasse a lei, me conheceu em um dia de folga. Usávamos
narcóticos na parte de trás de um bar, ela pediu um trago.
Na
cama, entre mordidas e arranhados, vivia me dizendo coisas, “me fala como você faz esse truque? Esse com a
boca. O que eu grito, aí minhas pernas ficam moles e dá vontade de rir”. Eu
prometi que mostraria se fugisse comigo. Pensava em desertar.
Não
foi necessário. Dois meses depois me liberaram e ela, acabou engravidando de um
trapezista.
Acho
que estava apaixonado.
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