5 de set. de 2013

Direto



                Ontem, enquanto treinava, imaginei o rosto dele no saco de pancadas. Quase destronquei meu pé. Eram chutes que faziam o, pobre, saco bater contra a parede. Os socos iam precisos na altura dos rins e das têmporas.
                Uma hora de surra.
                Minha guarda, eu mantinha alta. Bastante força em cada golpe. Precisão. É necessário guardar e alimentar essa raiva. Como ele consegue? Até conhecê-lo eu era uma zona livre de carma. Alguns amigos ainda afirmam que eu sou, mas eu o encaro como meu nêmesis.
                Como ele ousa – sim, ousa – ter crises de ciúmes dela? Os dois podem ter se encontrado há mais tempo, mas dar ordens? Será que ele, realmente, a conhece o suficiente? Cada chute é pelo que fez a ela. Tão livre... Coitada.
                Mesmo que eu tenha voltado pra casa mancando e o saco tenha começado a se rasgar, não poderia ter saído sem isso. Até porque se tivesse me encontrado com ele, e o infeliz pensasse em rir para qualquer outra, eu não teria forças para me controlar.

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