Ontem,
enquanto treinava, imaginei o rosto dele no saco de pancadas. Quase destronquei
meu pé. Eram chutes que faziam o, pobre, saco bater contra a parede. Os socos
iam precisos na altura dos rins e das têmporas.
Uma
hora de surra.
Minha
guarda, eu mantinha alta. Bastante força em cada golpe. Precisão. É necessário
guardar e alimentar essa raiva. Como ele consegue? Até conhecê-lo eu era uma
zona livre de carma. Alguns amigos ainda afirmam que eu sou, mas eu o encaro
como meu nêmesis.
Como
ele ousa – sim, ousa – ter crises de ciúmes dela? Os dois podem ter se
encontrado há mais tempo, mas dar ordens? Será que ele, realmente, a conhece o
suficiente? Cada chute é pelo que fez a ela. Tão livre... Coitada.
Mesmo
que eu tenha voltado pra casa mancando e o saco tenha começado a se rasgar, não
poderia ter saído sem isso. Até porque se tivesse me encontrado com ele, e o
infeliz pensasse em rir para qualquer outra, eu não teria forças para me
controlar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário